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O autismo (TEA) na visão da Medicina Tradicional Chinesa

por Drª Eleonora Comucci

Texto originalmente publicado em www.vitaforscience.com.br

Na visão Ocidental, o autismo é caracterizado pela dificuldade de relacionamento e interação social que, normalmente, é percebida desde a primeira infância do indivíduo.

Distúrbios na maturação cerebral parecem ser a causa desta síndrome que pode ser agravada com deficiência nutricional (ex.: magnésio, B6, glicina, glutamina), pela alergia à determinados alimentos e outros fatores. Cada indivíduo manifesta combinações de sintomas diferentes e em graus variados por isso, sabemos hoje, que não existe “O” autismo mas sim o Transtorno do Espectro Autista (TEA).

Na visão da Medicina Tradicional Chinesa (MTC) também existem origens e manifestações variadas dos sintomas, sendo assim existem tratamentos diferentes para cada caso em particular.

Na MTC dizemos que o Coração (denominado de Xin) “abriga” a mente (denominada Shen). Um típico padrão de desarmonia no indivíduo com autismo compreende: o distúrbio do Shen, deficiências energéticas no região média do tórax (chamada de Aquecedor Médio), deficiências na qualidade e movimento do sangue (chamado de Xue).

Desta forma os rins e fígado, que ficam nesta região, sofrem por falta de movimento energético e nutrição adequada causando acúmulo de toxinas que afetam os sentidos do paciente – peças fundamentais para que o indivíduo se comunique com o mundo à sua volta.

Assim, utilizamos ervas que TONIFICAM os rins, fígado e FORTALECEM o fluxo energético e sanguíneo, ou seja, estimulam o funcionamento metabólico.

Outro fator que agrava a manifestação do autismo é a UMIDADE. Na visão da MTC, a presença de edema ou mucosidade (chamada de Fleuma), dificulta ainda mais o fluxo energético e a movimentação; diz-se inclusive que ela deixa os sentidos turvos, confusos. Caso o paciente apresente-se edemaciado ou com excesso de mucosidade, podemos utilizar ingredientes que DRENAM a umidade para fora do organismo.

Portanto, deve-se dar atenção primária a estes sintomas, com exceção dos pacientes que possuem sérios distúrbios na comunicação e que não vocalizam nenhum som. Nestes casos, é imperativo que inicialmente seja solucionado o bloqueio energético causado pela deficiência do fígado –  órgão que metaboliza toxinas e move as energias pelo corpo. Este paciente normalmente apresentará a língua na cor vermelho intenso e vivo e comportamento mais agressivo. Pacientes com uma cobertura espessa na língua podem se apresentar letárgicas, antissociais ou exibir comportamentos repetitivos – nestes casos o tratamento deve caminhar no sentido de eliminar umidade, muco e edema.

No geral, devemos buscar a otimização da eliminação de toxinas resultantes da metabolização da dieta e contaminantes ambientais, redução de processos inflamatórios e melhora do sistema digestivo.

Visto que a membrana intestinal pouco íntegra prejudica as trocas intracelulares, substâncias e metabólitos tóxicos acabam por cair na circulação sistêmica. Estas excitotoxinas penetram a barreira hematoencefálica causando diversos sintomas neurológicos. Tais ervas auxiliam no funcionamento adequado do sistema imune, agindo principalmente no suporte aos linfócitos Th1 (T Helper 1) e diminuição do Th2 (T Helper 2). Assim, podemos adotar em conjunto com as ervas o uso de probióticos para que a inflamação intestinal, comumente presente nestes pacientes, seja solucionada e os sintomas sejam minimizados.

Como exemplo podemos citar a fórmula Jia Wei Xiao Yao Wan, que supre deficiências energéticas na região do aquecedor médio, promove o movimento adequado do sangue e a eliminação de toxinas, além de melhorar o equilíbrio dos linfócitos. Cuidamos então de dois aspectos: o reparo do trato gastrointestinal e o funcionamento adequado do sistema imunológico.

Outras fórmulas que, dependendo dos sintomas apresentados, podem ser aplicadas são: Xiao Chai Hu Pian (Bupleurum Combination), Dang Gui (Angelica sinensis), Gui Pi Wan, He Shou Wu (Polygonum Multiflorum), Ganoderma Lucidum

Ingredientes culinários comuns podem ser usados como adjuvantes no tratamento do desequilíbrio gastrointestinal, como por exemplo: gergelim, anis estrelado, canela, cravo da índia, coentro, orégano, menta, gengibre, capim limão e tomilho. Caso o paciente tenha dificuldade em aceitá-los, algumas ervas podem ser moídas juntamente com o sal e acrescentadas, sem exagero, nas preparações.

Cápsulas de óleo de peixe, rico em ômega-3, também proporcionam melhora significativa nos níveis de Th1 e podem ser incluídas no protocolo para que o tratamento seja ainda mais efetivo.

Em boa parte dos pacientes, a melhora da relação com o mundo exterior é notada nos primeiros momentos do tratamento. Seja na aceitação de novos alimentos, texturas ou nos padrões de comportamento, sono e funcionamento intestinal.

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