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Ansiedade: como Medicina Tradicional Chinesa pode auxiliar o paciente?

por Drª Eleonora Comucci

Texto originalmente publicado em www.vitaforscience.com.br

A ansiedade é o transtorno psiquiátrico de maior prevalência e afeta cerca de 25% a 30% da população mundial. Em algumas populações a proporção de casos entre mulheres e homens é de 3:2 – para cada 3 mulheres com transtornos de ansiedade, 2 homens apresentam o transtorno.

Estudos em famílias revelaram que existe um componente genético muito forte na gênese dos transtornos de ansiedade: parentes de primeiro grau tem essas chances aumentadas quando comparados a famílias onde os transtornos não estão presentes.

De acordo com a Sociedade Americana de Psiquiatria (APA), a ansiedade é uma reação normal ao estresse e pode ser benéfica em algumas situações. Pode nos alertar para perigos e nos ajudar a preparar e prestar atenção. Os transtornos de ansiedade diferem dos sentimentos normais de nervosismo ou ansiedade e envolvem medo ou ansiedade excessivos.

A ansiedade refere-se à antecipação de uma preocupação futura e está mais associada à tensão muscular e ao comportamento de esquiva. Enquanto o medo é uma resposta emocional a uma ameaça imediata e está mais associado a uma reação de luta ou fuga – ficar para lutar ou sair para escapar do perigo.

Os transtornos de ansiedade podem levar as pessoas a tentar evitar situações que desencadeiam ou pioram seus sintomas. O desempenho no trabalho, o trabalho escolar e as relações pessoais podem ser afetados – e isso mede o grau do transtorno: leve, moderado ou grave.

No CID-10 os transtornos de ansiedade se distribuem em três grandes grupos: transtornos fóbico-ansiosos (F-40), outros transtornos ansiosos (F-41) e transtorno obsessivo-compulsivo (F-42).

Esta classificação foi alterada no CID-11, removendo os transtornos obsessivo-compulsivos da categoria dos transtornos de ansiedade.


Com a nova classificação, os grupos subdividem-se em: transtorno de ansiedade generalizada, transtorno do pânico, fobias específicas, agorafobia, transtorno de ansiedade social e transtorno de ansiedade por separação.

– Transtorno de Ansiedade Generalizada: O transtorno de ansiedade generalizada envolve uma preocupação persistente e excessiva que interfere nas atividades diárias. Essa preocupação e tensão contínuas podem ser acompanhadas de sintomas físicos, como inquietação, sensação de cansaço ou fadiga fácil, dificuldade de concentração, tensão muscular ou problemas para dormir. Muitas vezes, as preocupações se concentram em coisas cotidianas, como responsabilidades no trabalho, saúde da família ou assuntos menores, como tarefas domésticas, consertos de carros ou compromissos. 

– Transtorno do Pânico: O principal sintoma do transtorno do pânico são os ataques de pânico recorrentes, uma combinação esmagadora de sofrimento físico e psicológico. Durante um ataque, vários desses sintomas ocorrem em combinação: palpitações, sudorese, sensação de falta de ar ou sensações sufocantes, dor no peito, tonturas, etc. Ataques de pânico ocorrem como uma resposta a um objeto temido ou inesperado, aparentemente ocorrendo sem motivo.

– Fobias, Fobia Específica: Uma fobia específica é o medo excessivo e persistente de um objeto, situação ou atividade específica que geralmente não é prejudicial. Os pacientes sabem que o medo é excessivo, mas não conseguem superá-lo. Esses medos causam tanta angústia que algumas pessoas se esforçam ao máximo para evitar o que temem. Exemplos são o medo de voar ou o medo de aranhas. 

 – Agorafobia: A palavra “AGORAFOBIA” tem origem no Grego e significa “medo do mercado”. Ela denota que o “mercado” na antiga Grécia era cheio de pessoas e que os agorafóbicos sentem sensações de pânico ao estarem entre de diversas pessoas. Os sintomas são semelhantes à síndrome do pânico, porém são disparadas quando o indivíduo está exposto a um local cheio de pessoas ou pensa que estará exposto – sofre por antecipação.

– Transtorno de Ansiedade Social (anteriormente chamado de fobia social): Uma pessoa com transtorno de ansiedade social tem ansiedade e desconforto significativos por ter vergonha, humilhação, rejeição ou menosprezo nas interações sociais. Pessoas com esse distúrbio tentarão evitar a situação ou enfrentá-la com grande ansiedade. Exemplos comuns são o medo extremo de falar em público, conhecer novas pessoas ou comer / beber em público. O medo ou ansiedade causa problemas no funcionamento diário e dura pelo menos seis meses. 

– Transtorno de Ansiedade de Separação: Uma pessoa com transtorno de ansiedade de separação é excessivamente amedrontada ou preocupada com a separação daqueles com quem está ligada. O sentimento está além do que é apropriado para a idade da pessoa, persiste (pelo menos quatro semanas em crianças e seis meses em adultos) e causa problemas de funcionamento. Uma pessoa com transtorno de ansiedade de separação pode estar persistentemente preocupada com a perda da pessoa mais próxima dela, pode estar relutante ou recusar-se a sair ou dormir longe de casa ou sem essa pessoa, ou pode experimentar pesadelos com a separação.

 

Pesquisas hipotetizam que cada subtipo citado é causado por mecanismos diferentes que envolvem diferentes áreas cerebrais e neurotransmissores. Anormalidades nesses circuitos disparam alarmes falsos que acabam por gerar problemas cognitivos, afetivos e comportamentais.

Nos transtornos fóbico-ansiosos estão envolvidos: os neurotransmissores (serotonina, noradrenalina, GABA) e as regiões do cérebro (córtex pré-frontal, hipocampo, amígdala, córtex cingulado anterior e córtex insular). 

Nos transtornos de pânico estão envolvidos: os neurotransmissores (serotonina, noradrenalina, GABA) e as regiões do cérebro (tronco cerebral e hipotálamo).

Nos dois casos, os alopáticos mais comuns para controle dos sintomas são: inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRS), inibidores seletivos da recaptação de serotonina-dopamina (ISRSN), inibidores da MAO (IMAO) e benzodiazepínicos/agonistas beta-adrenérgicos.

O uso de ingredientes naturais para reequilíbrio da saúde é muito conhecido ao longo da história. Frequentemente os indivíduos buscam este tipo de alternativa porque trazem menos dependência e efeitos colaterais indesejados.

 

Na Medicina Tradicional Chinesa (MTC), existem diversas fórmulas e ingredientes isolados que contribuem para reequilibrar o organismo e amenizar os sintomas dos transtornos ansiosos. Como tudo na MTC, cada paciente mostrará determinados sinais e sintomas que vão fazer com que a escolha do produto se torne mais adequada e eficaz. Especialmente porque para os Chineses, cada doença com sintomas similares pode ter múltiplas raízes.

 

Seguem abaixo essas características e sintomas:

 – Zizyphus Combination (Suan Zao Ren Tang): essa fórmula limpa calor e nutre o sangue. Indicada para pacientes com ansiedade, taquicardia, palpitações, insônia, vertigem, HAS, olhos vermelhos, boca e pele seca, sede e amargor na boca.

– Albizia (He Huan Pi): ingrediente isolado que suaviza o fluxo de energia (Qi) do Fígado. Indicada para pacientes que mostram sintomas de ansiedade, taquicardia, palpitações, insônia, acordam de madrugada, irritabilidade, alterações repentinas de humor e explosões de raiva.

– Rhodiola (Hong Jing Tian): ingrediente isolado adaptógeno que limpa calor. Indicada para pacientes que apresentam sintomas de ansiedade, taquicardia, palpitações, estresse, ciclo circadiano desregulado, boca seca e sede. 

 – Salvia & Acorus (An Shen Bu Xin Wan): esta fórmula nutre o Yin e o Sangue. É indicada para pacientes que sentem ansiedade, taquicardia, palpitações, insônia, vertigem, euforia, palidez e tem suor noturno.

 

Estes produtos agem em regiões específicas do cérebro e modulando os diversos neurotransmissores responsáveis por gerar cada tipo de sintoma. Não apenas isso, agem reequilibrando o organismo para amenizar outros sinais que aparentemente não estão ligados aos transtornos ansiosos.

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